Em meio à reconstrução material e psicológica da catástrofe ambiental que mudará o Rio Grande do Sul para sempre, Grêmio e Inter têm um primeiro problema, que é premissa básica. Trata-se da física. Ambos emendarão uma sequência de jogos alucinante mesmo com a suspensão do Brasileirão por duas rodadas.
Para os outros, esta parada chega também como descanso no calendário e tempo para recuperar lesionados. Quem tem Libertadores e Sul-Americana ganha foco e energia nas disputas continentais.
A suspensão de rodadas ajudará Grêmio e Inter por aliviar o garrote lá na frente e ganhar algum tempo na corrida para tornar Arena e Beira-Rio operacionais. Melhor do que nada. Mas os adversários terão benefício na parte física por essa questão do descanso, já que vinham em ritmo acelerado.
Sem o adiamento geral, o gargalo ficaria ainda mais desumano, mas ainda assim o risco é enorme para os dias 28 (Inter x Belgrano, no Estádio Novelli Jr., em Itu) e 29 (Grêmio x The Strongest, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba).
Será um recomeço do zero, como se fosse início de ano e pré-temporada. Foram 15 dias sem nenhuma atividade física de campo, cada um na sua casa, salvo sessões remotas. Como estarão todos até esses jogos, fisicamente?
Não há como saber. É só lembrar o primeiro jogo do Inter no Gauchão, contra o Avenida, no Beira-Rio. Vitória magra e lenta de 1 a 0. O Grêmio perdeu para o Caxias. Belgrano e The Strongest são melhores do que Avenida e Caxias.
Só a vitória interessa para ambos, que enfrentarão adversários piores, mas com ritmo. A eliminação já na primeira partida após a catástrofe é uma possibilidade real, ainda mais sem o fator local.