Já se falou dos centroavantes, Diego Costa e Gilberto. O primeiro está a um gol de ser o goleador isolado do campeonato, inclusive. Dos técnicos, bastante se disse. Há muitos pontos de contato. Roger Machado e Renato Portaluppi são identificados com o Grêmio. Um já foi comandado pelo outro com título e gol decisivo naquela Copa do Brasil do Fluminense, em 2007. Trabalharam juntos na Arena.
Geromel e Kannemann, as torres gêmeas. Zé Marcos e Rodrigo Sam, substituto de Danilo Boza, zagueiros que marcam e sabem construir. Os atacantes jovens e promissores, Gustavo Nunes e Lucas Barbosa. No setor cerebral, Villasanti e Caíque, meio-campistas ambos a defender como zagueiros, armar como meias e entrar na área como atacantes.
Até nos goleiros há coincidências. Grêmio e Juventude abriram o Gauchão com um e fecham com outro, de Marchesín a Caíque e de Lucas Wingert a Gabriel Vasconcelos.
Só não ouvi falar dos presidentes, talvez pela chuva de pautas interessantes, com o Grêmio buscando o segundo hepta e o Juventude atrás do seu título de número dois, o que o colocaria à frente do Caxias na rivalidade Ca-Ju e igualado ao Guarany de Bagé como o maior campeão estadual do Interior. São dois jovens presidentes.
Alberto Guerra, do Grêmio, Fábio Pizzamiglio, do Ju. Eles estão na porta da história do futebol na Província de São Pedro. Quem ganhar, imprime uma tatuagem que o acompanhará até a morte, para o júbilo de ambos. Ser o presidente do segundo hepta já seria uma marca por si só, mas no caso de Guerra se soma à outra. A maior contratação da história é de sua lavra. Suárez veio para Porto Alegre em sua gestão. Com ele, foi campeão gaúcho e vice-brasileiro, voltando à Libertadores.
Caso saia vencedor, Guerra terá assinado dois títulos do novo hepta. Pouco diante dos cinco de Romildo Bolzan? Sim, mas são os mesmos dois de Rudy Armin Petry, um dos patronos, no hepta dos anos 1960.
Tatuagem
Fábio Pizzamiglio é um prodígio. Está no cargo por aclamação, após voltar à Série A com uma campanha fantástica na Série B. Sua gestão impressiona. Ele assumiu no meio de 2023, após o afastamento de Walter Dal Zotto para tratar de um câncer na garganta.
Seu pulo do gato foi Thiago Carpini. Não só a aposta nele, mas quando o manteve com salário alto em janeiro deste ano, algo inédito diante do assédio de grandes clubes. Quando o São Paulo veio, não teve como segurar, mas Pizzamiglio mostrou que o projeto tinha de se seguir naquela levada.
E mirou Roger Machado. Com ele, o presidente manteve os conceitos modernos de futebol, com firmeza para abater a ideia preconceituosa de que time do Interior só pode jogar fechadinho e dando balão. Manteve a grife na casamata.
Pizzamiglio pensa grande, mas sem loucuras. O Ju acaba de chegar a 8 mil sócios. Pouco para Grêmio e Inter, mas alvissareiro no Interior. Se vencer o Grêmio, Pizzamiglio entra na galeria seleta de um Milton Scola, presidente campeão da Copa do Brasil. Ou de Gastão Brito, o do primeiro Gauchão.
Dois presidentes, Alberto Guerra e Fábio Pizzamiglio, prestes a fazer a história com um campeonato que vira tatuagem.