Até que este ano demorou. Normalmente é mais perto das finais. Como a Justiça Desportiva não pune e tem pouca credibilidade, começa a corrida para condicionar a arbitragem. O dirigente que não espernear é cobrado internamente e pela própria torcida. O Inter rodou vídeo com supostos erros de Daronco no Gre-Nal no circuito interno do Beira-Rio. O Grêmio mandou ofício para a FGF no mesmo tom. O vice Antônio Brum falou em "não vão nos tirar o campeonato na mão grande". Não é só aqui.
O presidente do São Paulo, Julio Casares, teve ataque histérico: "Chega de o Abel Ferreira apitar jogo! Chega!". No ano passado, Abel insinuou complô contra o Palmeiras para o Paulistão ter graça. Alexandre Mattos, do Vasco, subiu o tom. Em nota, o Vasco disse que "buscará os meios oficiais, formais e legais para garantir uma arbitragem justa e necessária".
Os novatos até chegam com boa vontade, dispostos a não repetir velhas práticas, mas são engolidos pelo sistema. O festival geral de condicionamento está só começando. É, foi e sempre será assim.
A própria decisão do Grêmio ao expulsar repórteres do CT, já que eles não podem mais nem entrar, faz parte desse caldeirão geral de condicionamento do apito. É só lançar os ingredientes no caldeirão (favorecimento da arbitragem, perseguição da imprensa) e está pronta a sopa do eu contra todos. Minha aposta é de que a "Coreia do Norte" não vai durar.
O bom senso há de prevalecer, ainda mais em um momento positivo, a bordo dessa ideia de Novo Grêmio. A amostragem inicial deles é interessante.