Não tenho dúvidas de que Renato é craque em sair de situações ruins para cenários de estabilidade. É uma de suas habilidades, se não for a maior. Lembro de uma derrota em Libertadores para o Universidad Catolica, no Chile, em 2019, na qual o desempenho foi tenebroso. Eu estava lá no Estádio San Jose de Apoquindo.
A derrota por 1 a 0 deixou o Grêmio distante cinco pontos da zona de classificação no Grupo H da Libertadores. Luan recebeu nota 4 na cotação de GZH, e talvez merecesse menos até. A crise era imensa. Foi quando Renato anunciou a saída de Luan do time.
Isso foi feito no dia seguinte, em entrevista fora da agenda em Porto Alegre. O Grêmio ganhou as três partidas que faltavam e se classificou. Então ele já passou por crises de rendimento piores do que essa.
O curioso, dessa vez, é que a tempestade foi criada por ele mesmo. Então é o próprio Renato que tem de sair abrindo guarda chuvas a cada nova entrevista. Esta tarde, ele cobrou que haveria "tempestade em copo d'água" com o momento insuficiente e a segunda página na tabela de classificação.
Só que foi ele, Renato, que, após empatar com o Bragantino em casa afirmou que "não queria enganar a torcida" e pediu reforços, sem os quais "não poderia ser campeão". Antes, o Caso Adriel, sacado do time e condenado à reserva.
Ele já admitiu que errou no tom — expressão que este colunista usou lá atrás. É bom reconhecer algo fora do lugar. Mas até a bonança voltar, ele terá de lidar com uma tempestade muito sua, pois havia condescendência na análise do Grêmio em razão de ter sido formado esse ano, com muitos reforços, sem falar nas lesões.