Durou menos de 24 horas a terceira via da eleição presidencial do Grêmio. Adalberto Aquino concorreria com o apoio de Danrlei, reforçado pela expressiva votação do ex-goleiro no pleito que renovou 50% dos conselheiros do clube.
A candidatura de Aquino teria o efeito de uma bomba porque se esperava que o eterno ídolo gremista apoiasse Alberto Guerra, e isso o fortaleceria não apenas no primeiro turno (colegiado), contra Odorico Roman, mas também no segundo (voto direto dos associados), com os candidatos que ultrapassarem a cláusula de barreira de 20%.
Então agora volta tudo para o quadro anterior?
Em um primeiro momento, tenho a impressão de que Odorico Roman sai fortalecido desse fumaceira toda. Como informou o Eduardo Gabardo em primeira mão, Danrlei seguirá neutro no processo - até ordem em contrário, pelo menos. A política é dinâmica.
Aquela ideia inicial de que Guerra e Danrlei marchariam juntos na sucessão presidencial não se confirmou, pelo menos por enquanto. Como Odorico foi o que mais elegeu novos sócios, ainda que não muitos mais do que as chapas de Guerra e Danrlei, penso que o primeiro cenário o aponta como beneficiário dessa "quase nova candidatura que não se confirmou".
Esse quadro só se reverterá em uma hipótese, que não pode ser descartada nessa reta final de campanha agitada e cheia de idas e vindas: Guerra e Danrlei reatarem, pois está claro que houve uma rusga entre eles por algum motivo, capaz de fazer o deputado federal reeleito pela quarta vez anunciar apoio a Adalberto Aquino. Este, inclusive, só seria candidato por isso. Sem Danrlei, está fora.
De todo esse xadrez, emerge uma certeza. A força de Danrlei no Grêmio é enorme. Ele não é mais apenas um ex-jogador que visita consulados. Não é mais apenas o deputado federal que ajuda o clube nas questões de futebol no Congresso, tipo embaixador. Não é apenas o homenageado pelos cartolas para fazer média com a torcida. Agora ele é ator fundamental da política do Grêmio.
Tem luz própria também nos bastidores, assim como tinha no campo.
Tanto é verdade que é ele, para além de Guerra ou Odorico, o protagonista da campanha, sobretudo após o número de conselheiro que elegeu.
O que escrevi em ZH e GZH, quando Adalberto Aquino anunciou sua candidatura com Danrlei como um dos vices na gestão, fica ainda mais claro agora. É como ouvi do próprio Danrlei, em um seminário sobre categorias de base, do qual participamos no Ministério Público do Trabalho (MPT-RS). Um dia ele concorrerá para valer.
o xadrez político tricolor agora tem um grande ídolo no salão principal dos gabinete. Na cabeça dele, não se trata de "se" ele ocupará a presidência, e sim "quando". Sua desistência relâmpago da terceira via, ainda que por razões familiares, reforça a ideia de que o xadrez político tricolor agora tem um grande ídolo no salão principal dos gabinetes, e não só nas cercanias. E se mexendo com desenvoltura.