A escolha por Vagner Mancini evidencia, com especial clareza, que Felipão caiu por desaprovação dos jogadores. Sim, eles reivindicavam um time menos castrado para atacar. Acostumado a jogar dessa maneira desde os tempos de Roger Machado, o elenco do Grêmio foi formado a partir dessa ideia.
Apesar da saída de Matheus Henrique e do arquivamento de Darlan em nome dos volantes mais pesados e fortes, o DNA está ali. Com Mancini, o Grêmio terá a postura do América-MG nas oito partidas de invencibilidade e na derrota para o Inter. Marcará no campo adversário para ficar mais perto do gol.
Correrá riscos, mas não se resumirá a linhas baixas e contra-ataque. É um treinador mais maduro em relação ao considerado "faceiro" de sua última passagem pelo Grêmio. O ideal seria Roger Machado, e, por isso, o Grêmio insistiu tanto nele. Mas a hora é do possível, e não de idealismos.
O fato de ter abandonado o América-MG no meio do caminho justamente para um adversário direto na luta contra a Série B vai dar o que falar, mas, por outro lado, pode dar ao Grêmio o que ele precisa: alguém engajado, disposto para a batalha ao primeiro chamado, com rodagem por grandes clubes e relação com o clube.