Geromel, Diego Souza, Luiz Fernando e Rafinha (este tocando no grupo de pagode) celebram o aniversário de Paulo Miranda em um dia de folga. A cena viralizou nas redes sociais. Torcedores, claro, os condenam feito criminosos, relacionando o momento descontraído com a fase do Grêmio.
Pelas cenas que vi, nada demais. Além de não ser horário de trabalho, não era farra, mas a celebração de um companheiro, com familiares e amigos. Pode ser até bom para o lado mental desopilar um pouco de tanta tensão.
Alguém em sã consciência duvidar do comprometimento de Geromel? A festa era privada e simplória. É que sempre tem um moscão desavisado para gravar e compartilhar, atirando a carniça aos leões, transformando alhos em bugalhos. Um meio termo seria compreender os jogadores, porém salientando: a prudência recomenda não se expor numa hora dessas, já que o torcedor está chateado. Mas será que adotar mesmo esse discurso suave não é se curvar diante do gabinete do ódio, que promove linchamentos sumários?
Pior: não é legitimar esses ataques sem apuração mínima? Eis uma moral ultrapassada, de que toda glória é precedida de provação. Quanto mais dor e tortura, maior o triunfo e o passaporte para o reino do céu. Um tanto de luta e resiliência, ok. Ônus e bônus. Mas a ideia do autoflagelo é deformada. Então jogador não pode sorrir durante má fase? Só pode ir a festinha de aniversário quando ganha? Se perder deve bater nas próprias costas com chibata e postar no Instagram?
O problema do Grêmio não é a festinha de aniversário de Paulo Miranda, vamos combinar.
Parece a Inquisição na Idade Meédia, que considerava sorrir um pecado. Bom debate, com argumentos respeitáveis lá e cá.
Só tem uma unanimidade: como dançarino, Geromel é ótimo zagueiro.