Ele chuta na trave, volta para defender e já está lá frente buscando a linha de fundo. Chega em todas as divididas como se fosse comer o último prato de comida da face da terra. É jovem da base. Não tem grife.
O titular é consagrado, 35 anos. Rafinha tem títulos, medalhas e condecorações a perder de vista. É líder de vestiário. Fez sucesso na Europa. Toca banjo. Aparece em todas as fotos de comemoração também por isso. Os fotógrafos adoram.
O problema é que o Grêmio, para sair do Z-4, antes de mais nada, precisa competir. Fica difícil competir, coletivamente, se o time tem Douglas Costa fora de forma, Rafinha (completa 36 em setembro) e Diego Souza sem fôlego para se mexer lá na frente. Alguém tem de correr por eles. Nem sempre a gurizada consegue compensar.
Então, Felipão, com seu pulso e senso de justiça, sempre colocando o coletivo à frente do individual (foi sempre assim em sua carreira protagonista), terá de tomar a decisão nada fácil: deixar Rafinha na reserva de Vanderson.
Quando Douglas Costa voltar, ainda mais destreinado após a festança de casamento na República Dominicana, Felipão terá um problemão pela frente. Ele é a grande e cara estrela. Precisa jogar para entrar em forma, mas a emergência exige competição para sair da zona da degola, e Douglas terá dificuldades para suar e correr atrás da máquina.