Logo na primeira pergunta, Tiago Nunes citou Marcos Herrmann, o novo vice-presidente de futebol, que não chega para ser uma rainha da Inglaterra. Era uma reivindicação interna no Grêmio. Depois, evitou falar em qualquer tipo de mudança em relação ao trabalho de Renato.
Fez questão de frisar que eles falaram por telefone, inclusive. É claro que ele vai operar mudanças, de peças e postura no time, que deve ser mais agressiva e vertical. Mas não havia mesmo sentido em, logo na chegada, criar zonas de atrito com um homem-estátua.
Sobre a base, falou de Jean Pyerre, mas não se empenhou em dizer que não se trata apenas dele, mas de jovens da base. "O primeiro mercado de um clube tem de ser a sua base", foi a frase que usou - muito boa, aliás. Ele falou muito em processos, ou seja, está pensando no longo prazo. Pelo que se sabe, já indicou o zagueiro Leo Pereira, escanteado no Flamengo e seu jogador no Athletico-PR.
Só discordei quando ele negou que tivesse dado errado no Corinthians, fixando apenas no resultado. Ele foi trazido para mudar o jeito de jogar do time, de reação para posse de bola e ataque, mas após nove meses (quatro de pandemia, sem futebol, vale dizer). Isso não aconteceu. Indicou Luan, que naufragou. Mas isso não é problema.
Uma carreira de treinador tem momentos bons e maus. Aos 41, já ter Copa do Brasil, Estadual e Sul-Americana no currículo é um começo ótimo. E olha que ele já trabalhou em 22 clubes de nove estados diferentes. Tem cancha. Uma entrevista correta e segura, assim foi o primeiro contato do novo técnico do Grêmio ao se comunicar com os gaúchos e, especialmente, a torcida tricolor.