O Inter está demorando a apostar na sua gurizada. Tem mais pressão, pelo momento histórico em relação ao Grêmio? Claro que sim. Mas e daí? Tenho ressalvas sobre o lugar comum da "hora certa" de lançar moleques para "não queimá-los".
Se fosse esperar o momento ideal para lançar promessas, o Fluminense e sua eterna crise não revelaria ninguém. E nem o São Paulo. E outros tantos clubes. Poucos times estão prontos e estáveis para receber os jovens, conforme essa teoria idealizada. Na maioria das vezes, isso oscila entre teoria e utopia. Tão errado como antecipar é postergar a vida da gurizada até passar do ponto.
O Inter foi campeão da Copa São Paulo, pela quinta vez, em janeiro. O craque da competição foi Bruno Praxedes. Seu estilo se encaixa nas exigências de Eduardo Coudet: joga e marca, sem parar de se mover. Com Edenilson lesionado e Nonato fora de combate, ele tem de ter sequência. A hora é agora.
O Inter encerrou o seu time de aspirantes, além das razões econômicas, pela ideia de dar rodagem mais cedo aos seus talentos. Além de meio-campista, Praxedes exibe uma virtude que é ouro para jogos fechados ou truncados: uma canhota calibrada. Cobra faltas e escanteios.
Na Copinha, fez dois golaços de fora da área com bola rolando, contra Confiança-SE e Botafogo-SP. Este último, vale dizer, em curva, de chapa e no ângulo direito do goleiro, uma bucha, apanhando o rebote pouco antes da entrada da área.