Se Grêmio e Inter fossem proibidos de treinar, ao menos a parte física, em grupos e com distanciamento, seria um crime na luta gaúcha contra a covid-19. Dá para estender esse raciocínio aos clubes do Interior, cujos protocolos são dignos de aplausos.
O nível de testagem oferecido nos CTs, rastreando infectados em quantidade que o Estado não tem condições de bancar, se perderia. Grêmio e Inter ajudam no combate a pandemia, na medida em que testam muita gente.
Quem der positivo é retirado de circulação, protegendo outras pessoas do contato com o vírus. Por enquanto, só aconteceu com Diego Souza, assintomático e já de volta. Quantas vidas Diego Souza ameaçaria sem nem saber, caso o Grêmio não descobrisse que eles estava positivo?
Se os protocolos do futebol fossem possíveis em todos os setores, teríamos o cenário da Nova Zelândia. Não é o caso, é claro. O futebol não é essencial, mas precisa ser percebido como de fato é: uma peça social e da economia, e não apenas mero entretenimento.
Só a ajuda dos clubes a centenas de famílias pobres dos garotos da base seria suficiente para este outro olhar, na hora de pensar quando o futebol retornará, sempre dentro dos rigores sanitários e das regras estabelecidas pelo Governo e pelas prefeituras, conforme a curva da pandemia e o nível de ocupação dos leitos de UTI.
Penso que se abriu a porta para a permissão dos treinos às ganhas, como espécie de antessala do reinício do Gauchão, após essa lúcida autorização para seguir na parte física não apenas na bandeira laranja, mas também na vermelha.
Antes, não podia. É uma avanço, na base do diálogo e responsabilidade.