Sobre a expectativa de uma onda de troca-troca na Europa pós-pandemia, vale dizer que Grêmio e Inter, no passado recente, tem se dado bem no escambo. Edilson por Alisson foi bom negócio, assim como Madson por Victor Ferraz. Poucos sabem, mas Wallace Reis foi para o Vitória trocado por Diego Rosa, à época com 15 anos, hoje campeão mundial sub-17.
No Inter, ninguém menos do que Fernandão veio trocado pelo zagueiro Guilherme e o atacante Rodrigo Paulista, à época valorizados na base da CBF, mas sem tanto futuro na avaliação colorada.
Tacada de mestre de Fernando Carvalho, que enrolou os franceses e trouxe Fernandão. Com visão de mercado (e de futebol, antes de tudo), dá para ter sucesso nesse garimpo.
CRIATIVIDADE — Francisco Horta montou a máquina tricolor do Fluminense, nos anos 1970, com essa ideia na cabeça. Ele trocava jogadores com rivais.
Tirou o meia argentino Doval e o lateral-esquerdo Rodrigues Neto do Flamengo assim. Reforçou o seu time, que já tinha Rivellino, Caju e Carlos Alberto Torres.
As rivalidades regionais exacerbadas de hoje impediriam uma troca Gre-Nal, mas não com outros clubes. Faltará liquidez para a maioria. Os executivos de futebol, com suas informações privilegiadas, arquivos de nomes, novidades contratuais e técnicas de negociação, serão fundamentais.
Quem for bom de papo sai na frente. A previsão de que essa onda das trocas inundará a Europa, respingando nos mercados periféricos, é de um homem que conhece o mercado como poucos: o diretor esportivo da Juventus, Fábio Paratici.