Renato tem de sentar e conversar com Thiago Neves e Jean Pyerre, especialmente o primeiro. Se veio com a camisa 10 às costas, ele tem de entrar em ritmo logo. Por enquanto, parece uma versão piorada de Diego Tardelli, sempre exigindo tempo para explodir.
Jean Pyerre, com ritmo, será titular. Mas terá de dar mais contribuição defensiva. O Grêmio de 2020, com laterais ofensivos (Victor Ferraz e Caio Henrique), perdeu tônus de marcação. Leonardo Gomes e Bruno Cortez têm menos talento na frente, mas atrás sempre deram conta do recado.
O conjunto exigirá compensações para essa nova realidade. O Grêmio 2020 recebeu cinco novos titulares. É bem razoável que as peças demorem um certo tempo para encaixar. Estranho seria se a equipe imediatamente jogasse por música, como em 2017 e 2018.
Se o terceiro volante sair do time (Maicon ou Lucas Silva) em nome do jogo elegante de Jean Pyerre, o armador de 21 anos terá de ser mais solidário na hora de ajudar na marcação de meio-campo. Aqui, outra questão importante. A torcida parece reivindicar a saída de Maicon, mas ele rende mais justamente no 4-2-3-1, alinhado com Matheus Henrique.
Em tese, funciona melhor com Jean Pyerre, quando o Grêmio retoma o desenho tático de costume. Lucas Silva, mais posicionado e menos movediço, saberá dividir com Matheus a dinâmica que é o DNA do Grêmio há quatro anos, pelo menos? Entendo que não. É uma equação que Renato terá de resolver no seu Grêmio. O repertório dos novos laterais é mais diversificado, mas pode sacrificar Alisson e Everton, reduzindo a frequência deles no ataque. No caso de Cebolinha, seria um pecado.