A consolidação de Diego Tardelli como titular do Grêmio é também a volta do modelo campeão da Copa do Brasil de 2016. Talvez o momento em que, coletivamente, o Grêmio de Renato Portaluppi mais impressionou o país.
Lá, o armador clássico era Douglas, eleito o craque da competição. Agora, é Jean Pyerre. Há três anos, Luan flutuava por todos os espaços. Tinha a obrigação de entrar na área, sim, mas não de passar o tempo todo dentro dela sem nada a fazer, feito um dois de paus.
É como joga Tardelli agora: só invade para definir quando realmente faz sentido estar ali. A boa notícia, visível nas goleadas diante de Cruzeiro e Goiás, é que Tardelli atrai marcação quando recua por trás dos volantes ou abre pelos lados. Como Everton já prende dois ou três, sobra espaço para Jean Pyerre jogar mais solto e finalizar de fora da área.
O chute de média e longa distância é uma arma de Jean Pyerre, que não precisa tomar distância da bola para imprimir força no chute.
Mesmo sem ser protagonista diante do Goiás, papel reservado tanto a Jean Pyerre quanto Everton, ainda assim Tardelli foi importante justamente para abrir os espaços a partir do meio-campo. É exatamente o que fazia Luan lá atrás, no papel de falso 9 reinventado por Pep Guardiola em seus tempos de Barcelona.