De novo, a direção do Inter deve ter ido para o hotel, em Montevidéu, rindo à toa. O risco calculado de contratar Paolo Guerrero, cada vez mais, torna-se uma tacada descomunal. Ele teve uma mísera chance, no último minuto.
E, com uma frieza digna dos grandes atacantes, decretou a vitória colorada por 1 a 0, no Parque Central. Cruzado, rasteiro, no canto. Um time operário como o Nacional-URU, em algum momento, cansa. Isso ocorreu só na segunda metade do segundo tempo, e aí a qualidade do Inter fez a diferença.
Mas, a partir dos 20 minutos de domínio amplo do Inter, parecia que o limitado Nacional tinha mais gente em campo, tal a maneira como ganhou divididas e se empenhou nas tarefas operárias de marcação.
Acostumado a jogar com a corda esticada, o Inter se viu forçado a cadenciar o jogo. Na base do suor e do volume, o valente Nacional passou, aos trancos e barrancos, a ocupar o campo do colorado, que correu alguns riscos. Aí brilhou a estrela de Odair. Ele percebeu quando acabou o gás do Nacional. E arriscou.
Suas mexidas colocaram o time à frente e, ao mesmo tempo, devolveram-lhe o meio-campo. Nonato, no lugar de Lindoso, recuando Edenilson. Wellington Silva, aberto na esquerda, saindo D’Ale, fez a jogada do gol. Sobis, sua mais importante alteração, no lugar de Nico, deflagrou o reequilíbrio das ações.
O Inter foi um time cascudo, que não se apavorou nos momentos difíceis e teve sobriedade para matar a partida. Volta do Uruguai em situação confortável para avançar às quartas.