Após a derrota do Inter para o Palmeiras, colorados passaram a falar na demissão de Odair Hellmann. As redes sociais não são um termômetro preciso, pois ali impera o clube do ódio. E, como se sabe, no Brasil moderno, o ódio mobiliza muito mais do que sentimentos nobres. De qualquer maneira, é perceptível: eles identificam que a culpa é do técnico.
Não pelo 1 a 0 no Allianz Parque, mas pela postura fora de casa contra Chape e Vasco, seja com titulares, misto ou reservas. Concordo que D'Ale, descansado, deveria ter jogado em São Paulo, mas daí a achar que tudo se resolverá trocando o treinador vai uma enorme distância. O trabalho de Odair, analisando o contexto desde lá atrás, é bom.
Vou além: mesmo que o Inter seja eliminado hoje, e tenha novo revés no Gre-Nal, não adiantará nada demiti-lo. Que o deixem terminar a temporada para, aí sim, ter o seu trabalho avaliado. É curiosa a situação desta noite emblemática de mata-mata. O cenário de Renato também já foi mais confortável, se comparado ao dele mesmo em outras situações.
Também Renato, algo raro de acontecer, está na berlinda no Grêmio. Com o time titular, a vitória não veio em casa sobre o Bahia. A vaia pegou quando ele substituiu Jean Pyerre por Luan. A prova da instabilidade é que não dá para cravar o time de hoje, em Salvador. E não é por lesão ou suspensão, e sim por rendimento.
Fosse há um ano, o torcedor declamaria os 11 sem margem de erro. Agora, não. Onde joga Tardelli? Luan segue no banco? Pepê, que vem atropelando, merece desbancar Alisson? E André quantas chances terá a mais?
Gremista algum cogita demitir Renato, é claro, mas uma eliminação, ainda mais para o Bahia de Roger, que tem bem menos qualidade, abriria uma DR após mais de três anos de lua-de-mel. E sábado tem Gre-Nal. Serão as 72 horas mais importantes do ano para a rivalidade na Província de São Pedro. Elas podem mudar o futebol gaúcho em 2019.