Estupro é um crime abominável e nojento, cometido por covardes sem caráter. Mas, se a acusação contra Neymar for mentira, então será uma falsidade igualmente terrível. Não só pela injustiça contra a reputação, mas pelo dano ao combate à violência contra as mulheres.
O fato respingaria negativamente em uma luta decisiva para o futuro do país. Não gosto da cultura da ostentação de Neymar. Já escrevi sobre o tema. É como se ele fizesse questão de mostrar que dinheiro e poder lhe garantem tudo, seja com roupas caríssimas, festas de aniversário nababescas ou aparecendo na Sapucaí durante recuperação médica.
Por que tanta exposição desnecessária?
Esse estilo de vida o reduz aos olhos das pessoas. Gera antipatias. Fala-se, agora, até em cortá-lo da Copa América. Seria um erro. Equivaleria à condenação prévia. No trabalho, há unanimidade: sua conduta é exemplar.
Se Neymar é mesmo inocente, como indica o depoimento de ontem do próprio advogado da acusadora, ao afirmar que sua agora ex-cliente mentiu para a Polícia, que o craque enfrente o revés de peito aberto, respondendo a provocações com um futebol indignado, em nome da Seleção, e deixe a investigação trazer a verdade à tona.
Terá de encarar tudo de peito aberto e resiliência.
A polícia vai avaliar as conversas e vídeos por celular mostradas por ele para se defender. E dizer se a acusação se sustenta ou não. Melhor prova de maturidade não poderia haver, enfim, por parte de Neymar. Que o episódio lhe sirva de lição.
Chega desse papo de Menino Ney.