Se um personagem como ele, campeão da América e do mundo empilhando gols decisivos no século passado, que volta em novo milênio para tirar o clube de uma fila de 15 anos anos sem título, agora na condição de treinador, não merece eternidade em bronze, quem mais?
Aí vai uma frase que repeti todas as vezes em que Renato negociava renovação com o Grêmio, mesmo antes de erguer taça como técnico. Fosse qual fosse a pedida salarial, era pouco. Era barato. Salário baixo, em resumo. A relação custo-benefício, incluindo jogadores que, lapidados por ele, foram vendidos por cascatas de ouro, é inacreditável.
Nunca haverá um profissional mais vencedor e, ao mesmo tempo, tão barato na história do Grêmio. Renato Portaluppi pode ser caro em outros lugares. No Grêmio, não.
Gostaria de ver um clube eleger um modelo de jogo e tratá-lo como o seu DNA, mantendo um técnico por anos a fio no cargo liderando esse processo. Não precisa ser durante 27 anos, como Alex Ferguson no Manchester United. Mas pouco menos de uma década, talvez.
Não vai acontecer, eu sei, porque nosso futebol nunca estará pronto para tanto. Se não ganhar, adeus. E ninguém vence eternamente.
Nem mesmo Renato Portaluppi, agora eternizado em estátua, no Grêmio.