Quase nada deu certo no empate em 1 a 1 com o Panamá, que ocupa a posição de número 76 no ranking da FIFA e terminou a Copa da Rússia como o pior entre os 32 países participantes. Será preciso melhorar muito até a Copa América. Foi a pior atuação da Seleção Brasileira na Era Tite, que nos acostumou mal com exibições sempre em nível, no mínimo, aceitável.
A expectativa era grande na Cidade do Porto porque o meio-campo tinha Casemiro, Arthur e Lucas Paquetá. São três jovens protagonistas de gigantes como Real Madrid, Barcelona e Milan. Não funcionou. Por dentro, eles não conseguiram abrir espaços, apesar da posse de bola superior a 76%. Philippe Coutinho, aberto pela esquerda, de novo se resumiu a passes burocráticos. No lado, não ia para cima. Por dentro, só girava a bola.
Verdade que o Panamá fez linhas de cinco (com três zagueiros) e de quatro próximas, lacrando o meio. Mas quem imaginou algo diferente? Quem imagina algo diferente contra Bolívia, Peru e Venezuela, adversários na primeira fase da Copa América?
Diante da inoperância por dentro, Tite optou pelos flancos na segunda etapa. Recuou Coutinho e abriu Paquetá, trocando-os de posição no 4-1-4-1. Soltou Fagner e Alex Telles. Melhorou um pouco, mas nada grave.
A Seleção termina o jogo com a overdose de 33 cruzamentos e poucos cabeceios na direção do gol, mesmo quando Gabriel Jesus e Richarlisson foram para dentro da área. O goleiro Mejía foi pouco exigido.
Alguns jogadores foram mal. Coutinho, o pior. Mesmo assim, ele ficou até o fim do jogo. Everton entrou no lugar de Paquetá, que foi um dos melhores da tarde no Estádio do Dragão, e não apenas pelo gol. Melhor seria recuar o ex-Flamengo e fazer um lado esquerdo com ele, Everton e Alex Telles, este último muito bem em sua estreia. Tite optou por retirar também Arthur é apostar em Felipe Anderson e Coutinho como meias, mais Richarlisson, Gabriel Jesus (saindo Firmino) e Everton. Militão, outro estreante, falhou no gol de empate, cabeceio de Machado. O panamenho estava impedido, mas vence Militão e faz o gol sem pular.
Se todas as vezes que o Brasil não impor o seu jogo de troca de passes o jeito for tentar os lados do campo, apostando no jogo aéreo mesmo sem um cabeceador, então teremos problemas. Contra o fraco Panamá, a qualidade tinha de ter prevalecido nesse sentido, com imposição de modelo e estilo.
Processos de renovação apresentam instabilidade. Mesmo contra seleções ruins, caso do Panamá. É assim com qualquer país. Até a Alemanha sofreu até encorpar e ser campeã em 2014. O desempenho brasileiro terá de melhorar contra a República Tcheca, próximo amistoso. Mas, pelo andar da carnagem, já para antever que a Seleção terá de se entrosar e se ajeitar dentro da competição. Não chegará pronta a Copa América. Menos mal que os adversários não vão nada bem. A Argentina apanhou de 3 a 1 da Venezuela, nesta sexta (22).