A Seleção Brasileira empatou em 1x1 com o Panamá em amistoso disputado no Estádio do Dragão em Porto, Portugal, em uma partida de estreias importantes entre os titulares e os reservas (Paquetá, Alex Telles, Felipe Anderson, Militão), mas com um futebol aquém do esperado.
Tite finalmente teve a possibilidade de escalar o tripé de volantes construtores que ele tanto queria: Casemiro, Arthur e Paquetá, qualificando a saída de bola na construção ofensiva. E no primeiro tempo, funcionou o casamento dos três. Principalmente com Coutinho e os laterais Fagner e Alex Telles se associando e contribuindo.
Arthur foi quem ditou o ritmo do jogo, sendo quem mais teve a bola no primeiro tempo e mais acertou passes: 88% de aproveitamento. O meia do Barcelona também foi quem mais finalizou a gol pelo Brasil, com dois chutes de fora da área, ambos para fora.
Mesmo tentando construir o jogo por baixo, a Seleção abusou dos cruzamentos altos, em busca de Richarlison na área do Panamá. Foram 13, sendo que apenas um terminou em uma cabeçada do atacante do Everton para fora. É um recurso válido, mas que depende muito da sorte para ter um aproveitamento razoável. No total, foram 33 cruzamentos, sendo que a média da Seleção é de oito. A pensar.
Com 85% de posse, o Brasil girava a bola em busca de um espaço para infiltrar. O Panamá se defendia com uma linha de 5 e outra de 4 na frente, fechando a porta para as entradas de Firmino e Richarlison. Importante os movimentos de Coutinho flutuando pelo meio, para que Paquetá abrisse para o flanco esquerdo. Isso criou mais mobilidade ao time, inclusive aconteceu no lance do gol, surpreendendo o sistema defensivo panamenho.
Virada rápida de Casemiro encontrou Paquetá entrando nas costas da linha defensiva, movimento que ele vem fazendo bastante no Milan. O ex-Flamengo fez seu primeiro gol pela Seleção aos 31 minutos, e parecia que a partir dali o Brasil começaria uma goleada.
Mas quatro minutos depois veio o empate: cobrança de falta do Panamá, o zagueiro Machado entrou em impedimento e marcou de cabeça. Foi o nono gol sofrido pela seleção desde que Tite assumiu. É muito difícil marcar gols nesse time, e o Panamá conseguiu (de forma irregular, mas conseguiu).
No segundo tempo, Tite entendeu a necessidade de criar mais vitória pessoal e colocou em campo Éverton do Grêmio no lugar de Paquetá, e Gabriel Jesus por Firmino. Também fez com que Coutinho jogasse por dentro, mais próximo de Arthur, modificando o ritmo da Seleção.
Logo aos cinco minutos, cruzamento de Fagner e Richarlison colocou a bola no travessão. Aos 25 minutos, Coutinho cobrou escanteio e Casemiro carimbou novamente a barra superior. Na sequência, Casemiro cobrou falta direto no gol e forçou o goleiro Mejia a fazer sua principal defesa no jogo. O Brasil queria, mas não conseguia.
O Panamá de Dely Valdés, ex-atacante do Panamá que jogou no Nacional (Uruguai), Málaga (Espanha) e Paris Saint German (França) fez seis alterações no segundo tempo, e mesmo assim nunca perdeu sua organização defensiva. Time bem treinado, disciplinado e que teve 90% de aproveitamento nas disputas defensivas.
Mesmo assim, esperava-se um Brasil mais perigoso e criativo. Faltou lucidez ofensiva, faltou infiltração e passes de ruptura, faltou a vitória pessoal para quebrar as duas linhas muito disciplinadas do Panamá. Talvez seja muito simplista dizer "fez falta Neymar", mas o craque do PSG muda o ânimo e o jeito de jogar do time, além da sua qualidade técnica superior.
A seleção volta a entrar em campo nesta terça-feira (26) às 21h30min na Eden Arena, em Praga, quando enfrenta a República Tcheca, seleção que acabou de ser goleada pela Inglaterra nas eliminatórias da Eurocopa. Mais uma oportunidade para que esse time encontre a evolução tão sonhada por Tite.