Ele não é e nunca foi um craque. Longe disso, aliás. Teve seus momentos. Lampejos, dentro de uma equipe organizada e entrosada. Não teria a mesma funcionalidade se o técnico não fosse Renato Portaluppi, inclusive como anteparo na hora das críticas.
Agora que Jael foi negociado com o FC Tokyo, do Japão, e diante da comoção verificada na torcida do Grêmio, motivando inclusive lágrimas do atacante, vale uma breve reflexão sobre sua passagem. Foi pela sua conduta e comportamento, mais do que pelo rendimento em si, que Jael caiu nas graças da torcida.
No momento em que ele era criticado e até ridicularizado por parte da própria torcida do Grêmio nas redes sociais, lá atrás, Jael nunca respondeu. Não deu letra ou indireta. Nem diante das piores vaias ou críticas da imprensa. Baixou a cabeça, aceitou democraticamente as contestações, muitas até ofensivas, e trabalhou duro.
Silenciosamente, trabalhou.
Primeiro, mostrou que não faltaria dedicação, compensando deficiência técnica com superação. Foi ganhando a torcida. Em seguida vieram os lampejos e lances decisivos que fizeram dele um personagem. O bacana de sua trajetória é que ele nunca perdeu o humor e a educação.
Mesmo nos piores momentos, Jael sorria. Não perdeu a elegância. Foi assim que ele atravessou a má fase: com resiliência. Em tempos tão intolerantes, o sucesso de Jael no Grêmio é um exemplo a ser seguido. Raras vezes se viu uma conduta tão paciente e correta diante dos tribunais de execução das redes sociais, especialmente estes.