Não sei por quanto tempo o presidente Romildo Bolzan vai suportar calado o seu descontentamento acerca do duplo efeito suspensivo concedido pelo STJD ao Palmeiras, liberando os laterais Mayke e Diogo Barbosa para jogar contra o Grêmio neste domingo (14), no Pacaembu. O sentimento é de indignação. Bolzan é um homem com temperança, que sabe medir palavras. Não gosta de polêmicas desnecessárias e tom de voz alto.
Mas, ao que sei, o presidente gremista está muito descontente com toda a situação. Pelo que o colunista apurou, há mesmo doses de indignação que terão de ser administradas até domingo. Os efeitos suspensivos foram interpretados como mais uma "ajuda" para o Palmeiras.
Romildo ficou surpreso com a agilidade germânica em pleno feriado de Dia da Criança. Como o Grêmio vem de um episódio recente, no qual pediu a desconvocação de Everton, antes de sua lesão muscular, o sentimento interno não é dos melhores. Como se sabe, Cebolinha terminou sendo o único "brasileiro" chamado para os amistosos da Seleção, diante de Arábia Saudita e Argentina.
A avaliação é de que, no mínimo, faltou sensibilidade da comissão técnica. E, por tabela, da CBF. O sentimento é de dar uma resposta a uma CBF essencialmente "paulista" no campo, superando adversidades, no melhor estilo contra tudo e contra todos, lembrando até os anos 1990, curiosamente com Luiz Felipe Scolari do outro lado.
Fosse a CBF um poço de credibilidade e honestidade, ninguém faria ilações em episódios assim. Não é o caso, como se sabe.
O Grêmio queria ao menos a sua dispensa do jogo com a Arábia, mas não teve sucesso. Ou seja: mesmo se não tivesse problema muscular, Everton ficaria de fora do jogo deste domingo, decisivo para as pretensões de título do Grêmio.
Em caso de derrota, por exemplo, a distância para o líder subiria para nove pontos. Muito complicado de reverter, com Libertadores na sequência. Os efeitos suspensivos às vésperas do jogo com o Palmeiras, portanto, evitando a punição universal dos expulsos, chegam neste contexto. Daí a bronca.