Há quanto tempo o Inter não iniciava um jogo fora de casa na condição unânime de favorito, com o desta quinta-feira, diante do América-MG, no Estádio Independência, em Belo Horizonte? Em nível de Série A, sinceramente, não lembro.
É uma conquista do técnico Odair Hellmann, fruto de campanha consistente com apenas duas derrotas, para Palmeiras e Flamengo, e sem ter em mãos um elenco de estrelas.
O América-MG não é nem sombra daquele time confiante do ano passado, na Série B, quando subiu com o título, deixando o próprio Inter com o vice.
Trata-se de um adversário despedaçado, novamente às portas do rebaixamento, mas estreando um técnico "novo", que há muito esperava chance de retornar ao mercado na mais importante divisão do futebol brasileiro, após longo período de estudos: Adílson Batista.
Qualquer criança sabe que chefe novo injeta, ao menos no início, combustível, fôlego e animação extras. É a chance de um novo horizonte, enfim. Mas é fato: o Inter terá de lidar, depois de longo período, com a pressão de ser flagrantemente melhor, ainda mais com D'Alessandro e Leandro Damião à disposição, sem falar em Jonathan Alvez doido para vestir a camisa do Inter pela primeira vez.
Como Charles já substituiu Rodrigo Dourado com eficiência contra o São Paulo, lá atrás, a ausência por cartão do volante titular não chega a ser drama. Não se pode dizer o mesmo de Danilo Silva em vez de Rodrigo Moledo ao lado de Victor Cuesta na zaga, mas o ataque do América-MG não é exatamente assustador.
Além do mais, passará a jogar com a pressão de justificar a condição de boa surpresa do campeonato, carimbo conferido pelo noticiário nacional após vencer o Ceará e assumir o terceiro lugar na tabela, desbancando alguns favoritos ao menos momentaneamente. Como o Inter reagirá a este novo cenário, inaugurado diante do América-MG?