O Cruzeiro desistiu do ataque para não dar espaço ao Grêmio no Mineirão. Deu certo no primeiro tempo, mas foi só arriscar um pouco após o intervalo e foi envolvido.
Por isso a rara atuação mediana de Kannemann chamou atenção. Antes da expulsão, ele já tinha errado passes, dado chutão e até escorregado na defesa ao se atrapalhar com a bola, quase entregando o ouro.
Seu rendimento cai sem Pedro Geromel. O zagueiro brasileiro assume a saída de bola com mais naturalidade do que o argentino. Walter Kannemann parece órfão sem ele pelo lado direito da área.
Vale lembrar os parceiros que Pedro Geromel recuperou e consagrou no Grêmio desde 2014. Rodolpho deixou a Arena para enriquecer no Besiktas, da Turquia. Ficou um tempo lá, lesionou-se e voltou para o Flamengo.
Lembram de El Elegante? Escorraçado na Gávea, Erazo evoluiu ao ponto de exigir salário de marajá no Grêmio. Longe de Geromel, o equatoriano caiu na real. Perambulou por Atlético-MG, sem nunca se firmar. Ganhou agora abrigo no Vasco, onde sofre duras críticas.
Na Arena, Walter Kannemann vive o auge da carreira, que já inclui duas Libertadores, por San Lorenzo e Grêmio. Dos alunos de Geromel, que crescem ao lado do mestre, é o melhor. Mas é fato: como todos os outros, sofre sem o parceiro e suas leituras táticas no jogo por perto.