O novo presidente da CBF já começou mal. Rogério Caboclo não quis dar entrevista. Optou por um "pronunciamento", ainda que não seja rei, papa ou o Mick Jagger. Não quis responder perguntas, talvez por não ter respostas.
Suspenso pela Fifa e com chance de ser banido do futebol por corrupção, Marco Polo Del Nero indicou como sucessor um marionete. Caboclo foi aclamado. Não enfrentou candidato algum. Não há oposição.
Estamos falando do homem que chefiará a delegação brasileira na Copa do Mundo. Ele será a autoridade máxima da Seleção em solo russo, mas ninguém sabe o que ele pensa. É desanimador.
O pacote que reúne regulamentos, estatuto, benesses e a tropa de choque das federações é hermeticamente fechado. Não há como penetrar. Só existe um jeito de acabar com o teatro do absurdo das eleições na CBF: os grandes se unirem e dizerem: “basta”.
Quem toparia de frente com as 15 maiores torcidas do país?
Só que isso nunca acontecerá.
Se nossos dirigentes não entram em acordo nem para organizar um mísero torneio regional com meia dúzia de times, como a Primeira Liga, que dirá uma rebelião sem traições. Salvo declarações críticas que nunca vão além do discurso, a relação dos clubes com a CBF é bovina.