A rigor, todos ficaram felizes. O Inter, com uma bravura e força impressionantes, mostrou dignidade. Será elogiado em todo o país pelo Gre-Nal desta quarta-feira. Venceu o campeão da América por 2 a 0 com sobras. Restou eliminado, mas faltou pouco para devolver a goleada da Arena. Teve 60% de posse de bola.
O Grêmio, classificado no placar agregado, leva para casa uma lição de humildade. Será campeão gaúcho. É superior, mas não da forma oceânica que enganou o 3 a 0 da Arena.
Somente até os 13 minutos o Grêmio impôs seu jogo de troca de passes. A partir daí, ganhando todas as divididas, com superação, o Inter tomou conta da partida. Com quatro volantes, sem Roger e apenas Nico López avançado, Odair Hellmann congestionou a meio-campo.
Com forte instinto de marcação, bloqueou o Grêmio. Que, por sua vez, acomodou-se na vantagem larga. Parecia mais preocupado em deixar o tempo passar. Inexplicavelmente no banco, ainda mais diante da ausência de Maicon, Arthur fez uma falta danada. Erro grave de Renato, que quase põe tudo a perder para o seu time.
Arthur só entrou na segunda etapa, após ver a vaga ameaçada. O pênalti claro de Bressan em Moledo, bem batido por Nico López, abriu o placar. Foi mais na força e na bola aérea do que na criação por baixo, mas para um time em construção e desfalcado, teve todos os méritos.
Só que, na volta de intervalo, o Inter amassou o Grêmio. A lesão de Fabiano, com o ingresso do avante Brenner, adiantou o Inter um tanto mais, passando Edenilson para a lateral. A pressão aumentou.
O Grêmio passou a só se defender. Kannemann e Grohe fizeram cêra, numa prova de que havia risco do segundo gol capaz de incendiar o jogo. E que, para o Grêmio, seria fiasco. D'Alessandro, o melhor em campo, fez o golaço de falta que incendiou o Gre-Nal.
Renato colocou Alisson e tirou Leo Moura, para sair de trás. Odair foi tentar os pênaltis: trocou Gabriel Dias pelo atacante Wellington Silva. Um grande Gre-Nal, guerreado sem violência, que terminou com todos felizes, cada um em seu cenário.