Os últimos quatro gols do Inter, três foram de jogada ensaiada. Todas em cobrança de escanteio curto. Duas com bola alçada na área, em diagonal. Alguém toca para o meio e, por fim, conclusão. Foi assim com Victor Cuesta, contra o Cruzeiro. E Rodrigo Dourado, em cima do Caxias.
Diante do Corinthians, de novo Dourado, outra vez o escanteio curto, mexendo a defesa adversária e quebrando o posicionamento inicial de marcação dentro da área. A diferença, neste caso, é que ele corre para a primeira trave e faz o gol direto, sem a tabela. Uma variação, igualmente treinada.
Lembro disso para dizer que o Inter, ainda em construção e passível de inconstâncias, com chuvas e trovoadas, aponta um caminho.
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Há alguém no Beira-Rio pensando e tentando colocar uma ideia em prática: troca de passes, pressão, aproximação. É o que Antônio Carlos Zago treina. Não será absurdo o Inter terminar a noite de quarta-feira eliminado (ou não, é claro), diante do sólido Corinthians. O ano é tão atípico que direção e torcida têm de olhar Gauchão e, hoje, Copa do Brasil, com outros olhos.
Em 2017, o que importa é chegar à Série B com equipe formada e confiante. Se o Inter for eliminado no Itaquerão praticando bom futebol, talvez seja até melhor, no longo prazo, do que ir às oitavas no crime, às custas de uma xiripa aqui, outra ali. Foi assim no ano passado, tanto no Gauchão quanto na largada enganadora do Brasileirão, mais na sorte do que no método. Deu no que deu. O essencial é o processo como um todo. O Corinthians, nesta quarta-feira, é parte dele.
FRANCO ATIRADOR – As ausências de Carlinhos, D’Alessandro e Edenilson mudam o cenário no Itaquerão. O desfalque de Jadson some diante destes, ainda mais que Jô retorna. O Inter ainda não fez bons jogos sem Carlinhos na lateral e Uendel por dentro. Quanto a D’Alessandro, nem precisa falar. Edenilson estabilizou o meio. Com eles, haveria equilíbrio, no papel. Sem eles, o Inter passa a franco atirador.