Aos poucos, o Inter vai retirando do vestiário jogadores cujo carimbo da Série B impede a lucidez e contamina o ambiente com o DNA da derrota. Livrar-se de Anderson, agora no Coritiba, foi um grande lance. Mesmo que, para mantê-lo longe por um ano, tenha de pagar metade do salário de R$ 590 mil.
Ícone dos erros da direção passada, ele era um emblema do rebaixamento. Um dos maiores fracassos, senão o maior, da história do clube. Quase nenhum gol, roliço, raros desarmes, pouco trabalho de equipe, soco na cara de um colega e uma constrangedora condescedência de todos para seguir recebendo chances. Foram dois anos de alto salário e rendimento baixo, aviltando o vestiário.
Alguns deixavam o sangue em campo e ganhavam muito menos. O desespero do Inter em se livrar de Anderson mostra bem o quanto ele era nocivo. E não foi por falta de aviso: ele já não jogava em alto nível há anos. Tal contratação não pode ser decidida nos rompantes de uma só pessoa. Tem de ser avaliada com critério, por uma equipe. Que sirva de aprendizado. Que o fracasso seja exumado.
EXPURGO _ É um movimento que não pode ser feito de uma só tacada porque muitos têm contrato em vigor. E não dá para caçar bruxas ou aplicar a mesma regra sobre todos, ainda mais no caso de jovens de futuro como Sasha, Valdívia, Nico López, William ou Dourado. Mas o movimento é claro. Já se foram Geferson (Vitória), Artur e Fernando Bob (Ponte Preta), Aylon (Goiás), Leandro Almeida (Figueirense), Anderson (Coritiba), Marquinhos (Sport). O plano é mandar Eduardo Henrique para o Atlético-PR no negócio por Marcelo Cirino. É quase um time inteiro de expurgo.