Ela devia ter... o quê? Uns 15 anos de idade. Antigamente a chamariam de “menina-moça”. Estava sentada na ponta de um banco e lançava um olhar comprido, rente às águas do Guaíba, em direção ao horizonte. Fiquei pensando que, se aquele olhar tivesse autonomia de voo, atravessaria todo o Rio Grande, entraria direto na Argentina, passaria pela Mesopotâmia formada entre os rios Uruguai e Paraná, cruzaria o Chile e mergulharia, aliviado, nas águas frias do Pacífico.
Cotidiano
Um olhar espiando o vazio
A conjugação do tempo verbal do sonho
David Coimbra
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