Pedro Geromel talvez seja o melhor zagueiro que já calçou uma chuteira em times do Rio Grande do Sul. Não vi Aírton Pavilhão jogar. Todos os que viram, gremistas e colorados, dizem que ele era insuperável. Não vi Calvet jogar. Calvet jogava com Aírton naquele Grêmio de Foguinho. Tostão disse-me, certa vez, que Calvet havia sido o melhor zagueiro do Brasil. Também não vi Nena, do Rolo Compressor, que chegou à Seleção Brasileira numa época em que gaúchos não chegavam à Seleção Brasileira.
Mas vi o grande Elias Figueroa, vi o impressionante Gamarra, vi o enérgico Lúcio, vi o cerebral Mauro Galvão, vi o lendário De León.
Geromel é melhor do que todos esses.
Na partida de terça, em que o Grêmio, ironicamente, perdeu, Geromel jogou por um time inteiro. Era como se reunisse as qualidades de todos os zagueiros que citei acima: teve a imposição física de um Figueroa, sem precisar apelar para a violência; teve a presciência de um Gamarra, sem jamais ser tímido; teve a vitalidade de um Lúcio, sem perder a sofisticação; teve a colocação perfeita de um Mauro Galvão, sem deixar de ser firme nas divididas; teve a saída de jogo escorreita de um De León, sem deixar de ser impecável na bola aérea.
Geromel é um monstro. Mesmo tendo mais de 30 anos, devia ser o camisa 3 da Seleção. Não há ninguém melhor do que ele hoje, em qualquer porção de terra que seja banhada pelo Oceano Atlântico.