As sucessivas irregularidades cometidas por Marcelo Gallardo na eliminação do Grêmio para o River Plate, na semifinal da Libertadores, terça (30), na Arena, provocaram uma reclamação formal do departamento jurídico gremista. Dirigentes do clube embarcarão nesta tarde para o Paraguai para reivindicar que o time argentino seja punido — o técnico, suspenso, interferiu diretamente na partida.
—O regulamento é muito claro. Ontem não tínhamos esta leitura. Desde cedo, estamos trabalhando o assunto. Fizemos a avaliação política e jurídica. Ele não poderia ter nenhuma interferência na partida. As suas ações, como a substituição no início do primeiro tempo foram determinantes — explicou Romildo Bolzan Jr ao programa Esportes ao Meio Dia.
Segundo o presidente gremista, há dois precedentes que podem ajudar o Grêmio a conseguir que o River Plate tenha uma punição da perda do jogo por 3 a 0. A primeira delas foi responsável por tirar a Chapecoense da Libertadores deste ano. O time catarinense escalou irregularmente o zagueiro Luiz Otávio, e a Conmebol definiu que o adversário na ocasião, o Lanús, vencesse o jogo por 3 a 0 — em campo, o resultado foi 2 a 1 para a Chape, e o gol da vitória foi marcado justamente pelo atleta irregular.
Nas oitavas, ocorreu situação semelhante com o Santos. O time havia escalado Carlos Sánchez no confronto de ida, contra o Independiente. Segundo a Conmebol, no entanto, o jogador não poderia atuar, pois não havia cumprido uma suspensão em 2015, quando atuava pelo River Plate. No entendimento do departamento jurídico gremista, a atuação de Marcelo Gallardo no jogo contra o Grêmio pode ser equiparada à utilização de jogadores escalados de maneira irregular.
— O caso do Santos, com o Sánchez, e a escalação do Luiz Gustavo, da Chapecoense, são as bases. Os dois fatos, comprovados, tiveram a punição de perda do jogo por 3 a 0. Há uma irregularidade explícita. Isso não é ganhar no tapetão. O jogo foi 2 a 2. Estamos legitimamente buscando justiça. Assinamos um documento na Conmebol prezando pelo respeito às regras do jogo. Tudo isso nos leva muita esperança — contou Bolzan.