Final de Libertadores, jogando contra time argentino. Não podia ser moleza. Não foi. Mas foram duas partidas diferentes, uma em cada tempo.
O melhor do Grêmio no primeiro tempo zanzou nas duas áreas. Na sua, o Grêmio teve um Marcelo Grohe transformado em Eurico Lara, fazendo defesas inverossímeis, uma delas comparada de imediato à famosa de Gordon Banks naquela cabeçada de Pelé na Copa de 70.
Na outra, na do Lanús, o Grêmio contou com o empenho de marcação de seus jogadores de frente. Sabedores de que o goleiro Andrada começa todas as jogadas do adversário e que ele é bom com os pés, os atacantes gremistas o pressionaram devotadamente e, em dois lances, com Ramiro e Arthur, eles quase abriram o placar.
Mas foi só. Com praticamente todo o time postado no seu campo de defesa, o Lanús fechou os espaços com competência, foi se acostumando com o jogo e, passados 15 minutos, já era melhor. É verdade que Ramiro sofreu um pênalti, não marcado pelo juiz, nos últimos minutos. É verdade, também, que o juiz exagerou ao dar cartão amarelo a Kannemann, tirando-o da final. Mas o Lanús mostrou porque chegou à decisão.
No segundo tempo, sim, o Grêmio jogou como o Grêmio que, desde o ano passado, vem encantando o Brasil. Pressionou o Lanús o tempo inteiro, tabelou, infiltrou-se pelas pontas e, finalmente, tirou um gol do bolso de Renato: ao fazer as substituições, o treinador colocou Jael, que cabeceou para dentro da área uma bola que outro jogador que saíra do banco, Cícero, empurrou para o gol.
Aí, o que teria de ser trunfo foi prejuízo: torcedores pouco inteligentes acenderam sinalizadores e o árbitro interrompeu o jogo que estava favorável ao Grêmio. O 1 a 0 foi ótimo, devido às circunstâncias, mas esses torcedores ajudariam mais se estivessem a partida pela TV.