Foi um ano produtivo para o cinema. Felizmente ou não, bons filmes estrearam antes nas telonas do que no streaming. Falo de Oppenheimer, Assassinos da Lua das Flores e Napoleão. Juntos, os três tiveram um custo de U$ 300 milhões.
Oppenheimer conta a história do primeiro teste com a bomba atômica, financiado pelo governo americano e comandado pelo cientista Oppenheimer junto com sua equipe. Estreou no Brasil em julho e tem na direção o britânico Christopher Nolan.
Napoleão (interpretado por Joaquin Phoenix) é ótimo. Depois de perder a Batalha de Waterloo para os britânicos, o imperador francês exilado na ilha de Santa Helena – condição imposta pelos britânicos –, uma pequena ilha no continente africano, mas de domínio britânico e religião anglicana. Napoleão era católico, mas religião não era um problema para ele. Na biografia escrita pelo historiador Vincent Cronin, o prisioneiro, exilado, passa meses sofrendo de dores de barriga e, então, morre. O filme não mostra isso, e aqui está uma pequena imprecisão histórica: Napoleão simplesmente cai e morre durante uma refeição. Talvez o diretor (Ridley Scott) tenha tentado poupar o espectador, mas senti falta disso. Mesmo assim, é uma excelente produção. Não deixe de assistir por isso.
Assassinos da Lua das Flores é diferente. Estreou nos cinemas brasileiros em outubro com custo estimado em U$ 200 milhões. Dirigido por Martin Scorsese, conta a história da ganância de um homem por terras indígenas onde havia sido descoberto petróleo, no sul dos Estados Unidos. O personagem principal é interpretado por Robert de Niro, ganhador de dois Oscar. Outra atração é Leonardo Di Caprio, também ganhador de Oscar. A história do filme foi escrita pelo talentoso diplomata Michael Punke, mas o livro não vendeu bem. Di Caprio comprou os direitos autorais e transformou num grande filme. Mas essa é outra história.
Oppenheimer, Napoleão e Assassinos da Lua das Flores são ótimos porque juntam tudo: boas histórias, elenco, direção e muita tensão. Na minha opinião, Assassinos da Lua das Flores é o melhor filme de 2023, um ano que ficará marcado na história do cinema.