Eu conhecia a história, mas precisava assistir ao filme para ver materializado tudo aquilo que havia lido sobre o cientista que inventou a bomba atômica. Oppenheimer é um filme épico. Tem um elenco maravilhoso, com Cilian Murphy, Emily Blunt, Robert Downey Jr. e Matt Damon. É dirigido pelo cineasta Christopher Nolan. Foi gravado em menos de dois meses, o que é pouco para uma produção que reproduz o clima de tensão nos momentos que antecederam o teste do invento.
A bomba atômica é uma das coisas mais nocivas da história. Os japoneses desistiram de lutar na Segunda Guerra Mundial depois que os Estados Unidos jogaram duas bombas no país. Ainda hoje a ameaça de uso da bomba atômica é usada por alguns países para fazer pressão sobre outros. Ninguém quer virar pó.
Oppenheimer recria um episódio histórico: como ele liderou um grupo em busca da fórmula para poder desenvolver uma bomba que fosse capaz de conter o ímpeto de Hitler e deter a Alemanha. O nazista cometeu suicídio, os alemães foram obrigados a se render, mas o Projeto Manhattan, nome dado à pesquisa de Oppenheimer, continuou. Na cidade de Los Alamos, no Novo México, no sul dos Estados Unidos, Oppenheimer e seu time desenvolveram e testaram a primeira bomba.
Los Alamos foi escolhida pela condição climática favorável e, essencialmente, por ficar num raio de 61 quilômetros distante de qualquer outra cidade. Foi construída onde não havia nada, e dezenas de pesquisadores foram levados para lá com suas famílias. As crianças precisavam estudar, e as mulheres, trabalhar. Elas acabaram sendo empregadas no Projeto Manhattan em atividades diversas.
Depois de dois anos e bilhões de dólares consumidos em pesquisas, chegou a hora de testar a bomba. Se não desse certo, seriam muito tempo e dinheiro desperdiçados. Enquanto todo mundo comemorava, Oppenheimer disse a antológica frase: “Sinto que tenho sangue em minhas mãos”. Além da frase, o filme recupera o encontro do protagonista com Albert Einstein, que na época, dava aulas na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
Oppenheimer era uma estrela nacional, com sua foto estampada na capa da revista Time, uma das mais notórias do mundo, o que não impediu que ele fosse perseguido, interrogado e acusado por seu passado supostamente ligado ao Partido Comunista.
O filme tem três horas de duração, mas se fosse abranger a vida de Oppenheimer antes e depois da bomba, nem uma minissérie seria suficiente.