Em 2010, o Túnel da Conceição, uma das principais saídas de Porto Alegre e que também conduz o motorista para o centro da cidade, foi fechado para uma reforma. É compreensível, de tempos em tempos, obras assim precisarem passar por recauchutagem. A tendência com o fechamento, e imaginávamos isso, era de que o trânsito ficaria mais caótico.
Como alternativa para tentar minimizar o problema de tráfego, foi criado o binário, que mudou o sentido das ruas Garibaldi e Santo Antônio. O motorista que saía de Porto Alegre teria de acessar a Rua Setembrina, contornando uma ponta do Parque da Redenção, e subir a Garibaldi.
A medida funcionou. Até os congestionamentos diminuíram um pouco. A EPTC, na época, acabou criando uma alternativa eficiente para um grande nó do trânsito de Porto Alegre. E o que era temporário virou permanente. O motorista que hoje passa por ali incorporou o trajeto ao seu caminho. Tornou-se alternativa até para o Túnel da Conceição, pois este, em horário de pico, reproduz o “efeito parquê”: ninguém se mexe.
Sair da cidade pela Rua Garibaldi entrou na rotina. O binário foi colocado em prática sem a necessidade de nenhuma grande obra, apenas com a mudança de sentido das ruas. Essa alteração mexeu com o centro da capital gaúcha e sem construção de elevadas, viadutos, alargamentos de ruas. E sem a instalação de inúmeras sinaleiras, como é comum por aqui.
O trânsito de Porto Alegre não vai ser consertado com medidas assim, pontuais, mas é bom saudar pequenos avanços de uma área que nos oferece poucas soluções.