Nada como uma ditadura para se fazer, no exercício do poder, o que bem entender. É o que o ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, está fazendo no seu castigado país. A crise mais atual começou em 2018, com povo na rua pedindo a saída de Ortega. As reações da polícia para abafar os protestos resultaram na morte de 320 pessoas.
A mais recente medida foi cancelar a permissão para funcionamento de 18 entidades patronais. A ditadura de Ortega chama tanto a atenção que levou 18 países a fecharem as portas para a Nicarágua, alastrando ainda mais a pobreza numa nação miserável.
Daniel Ortega persegue todos aqueles que questionam suas sandices, inclusive jornalistas. Mesmo pelo jornal La Gaceta, que mantém um verniz de independente, as notícias se parecem com um Diário Oficial.
Os nicaraguenses conhecem bem Ortega, que já foi presidente no passado. Alguém ou alguma coisa virou sua cabeça, talvez o apreço pelo poder total. Nesta esteira, ele está patrolando a liberdade. Técnicos da Organização das Nações Unidas constataram “sérias e sistemáticas” violações dos direitos humanos. Sabe-se que a ONU apita pouco, mas é representativa no cenário internacional, por isso a importância deste alerta.
O governo brasileiro, por enquanto, rugiu baixo contra esta ditadura da América Central. Precisa ser contundente para não ser conivente. Houve uma eleição que reconduziu Ortega à Presidência, um processo eivado de irregularidades, conforme analistas externos. Se existe alguma dúvida sobre a vilania de Ortega, basta ver a história do editor Carlos Chamorro, exilado na Costa Rica. Carlos, um ex-sandinista, lutou nas fileiras durante muito tempo para defender Daniel Ortega, mas agora viu o disparate do regime. Decepcionado, passou a criticar o ditador. Resultado: a Nicarágua de Ortega expurgou Chamorro.
Uma ditadura que faz tudo isso só dá errado, que o digam os venezuelanos.