Antes de ser infectada pelo coronavírus no ano passado, Silmari Garcia, de 47 anos, era uma pessoa saudável, sem sinal algum de qualquer doença crônica e livre de empecilhos para caminhar longas distâncias e fazer esforço físico.
Ela se sentia uma pessoa "100% saudável". Hoje, nove meses após passar pelo pior, ela ainda sente os efeitos da infecção. Foram apenas cinco dias internada em um hospital de Porto Alegre, em julho passado, menos tempo do que a média entre as vítimas da pandemia, mas o suficiente para provocar sintomas permanentes.
O organismo debilitado pela covid-19 deixou como legado a asma e a fibromialgia (doença que provoca fadiga e dores pelo corpo), duas doenças crônicas que vão precisar de tratamento e medicação por muito tempo. Por isso, Silmari se enquadra no grupo de risco prioritário para a vacinação.
Nesta sexta-feira, dois dias antes do Dia das Mães, ela teve a chance de se vacinar contra o coronavírus e, com o imunizante, veio um presente adicional: quem aplicou a dose foi a própria filha, a estudante de enfermagem Silvia Garcia, 19 anos. Silvia faz estágio na Unidade de Saúde Santa Cecília, em Porto Alegre, e atua na campanha de vacinação contra o coronavírus.
— Foi um misto de emoções: gratidão, felicidade e orgulho por ter sido vacinada pela minha filha — diz Silmari.
O presente de Dia das Mães foi mesmo especial. Não foi nada fácil superar o vírus e ter que encarar uma nova realidade, conviver com novas doenças e esperar pela vacina.
— (Teve) O medo de morrer, a alegria de sobreviver, a angústia pela espera e (agora) a dupla felicidade de receber a vacina e ser vacinada pela minha filha na semana do Dias das Mães.