Estado com maior número de escolas e alunos do país, São Paulo começou a retomada das aulas presenciais nos últimos dias, com uma série de medidas para garantir a segurança sanitária de estudantes, professores e funcionários.
Primeiro, a reabertura das escolas não se dá por séries, como proposto — e impedido pela Justiça — aqui no Rio Grande do Sul. O critério em São Paulo é o percentual de ocupação da instituição de ensino: máximo de 35% dos alunos.
Ou seja, uma escola com cem matriculados pode receber no máximo 35 estudantes neste primeiro momento. Os demais mantém o ensino retomo por enquanto.
Dentro da escola, são criadas "bolhas" para separar os alunos nos momentos em que poderiam acontecer encontros, como na entrada e saída das aulas. Desta forma, eles chegam e deixam o colégio em horários diferentes.
Além das normas, o Secretaria Estadual da Educação paulista investiu R$ 1,5 bilhão no reforço da estrutura de proteção e dos equipamentos das escolas para preservar alunos e professores. Além disso, e independentemente da volta às aulas, o Estado de São Paulo resolveu desafiar o Plano Nacional de Imunização — determinado pelo governo federal — e antecipou a vacinação de professores.
Ainda é cedo para avaliar a retomada das atividades, mas o secretário de Educação de São Paulo, o professor gaúcho Rossieli Soares, defende a retomada como forma de evitar um prejuízo ainda maior para os estudantes.
— O que foi perdido (com a falta de alfabetização presencial) não volta mais. É isso, não tem outro nome, não vamos nos enganar. Não volta mais — disse na manhã desta quarta-feira (21) em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha (ouça abaixo).
A faixa etária mais prejudicada, na avaliação do secretário, é a mais nova, das séries iniciais e do Ensino Infantil, etapa em que a educação remota é mais difícil.
— A formação cognitiva é para a vida toda. Os primeiros mil dias de uma criança são fundamentais e têm aspectos que foram perdidos e são irrecuperáveis — afirmou.