Paulo Guedes é o “Posto Ipiranga” e o ministro mais poderoso do governo. Do seu ministério saiu até agora uma ampla e complexa proposta de reforma da Previdência. Se conseguir aprovar a mudança nas regras das aposentadorias, o país avançará na busca do equilíbrio fiscal. Ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Sergio Moro, na Justiça, conseguiu produzir um pacote de mudança nas leis visando o endurecimento de penas e combate à corrupção. É um mérito. Assim como a previdência, precisa passar pelo Congresso e nenhum governista até agora deu sinais de que o pacote de Moro terá prioridade sobre a Previdência. Logo, é coisa para o ano que vem.
Nem Moro, nem Paulo Guedes - para citar dois nomes dos que mais alimentavam expectativas - produziram tanto quanto um ministro que atua longe dos holofotes e tem feito muito numa área estratégica para o país, a infraestrutura. Sem alarde, avesso à pompa, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas conseguiu, em pouco mais de 60 dias, dar rumo para uma área chave: garantiu o andamento de obras importantes, fiscalizou projetos que estavam parados, fez andar as propostas de leilões de aeroportos regionais e mobilizou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a reparação de rodovias com problemas. Ainda há muito por fazer.
As estradas estão longe de serem consideradas razoáveis. Tarcisio dá sinais fortes de domínio absoluto de sua pasta, sabe onde está pisando. Técnico, esbanja capacidade de articulação política. Uma rápida passagem pela agenda de compromissos do ministro dá a ideia do volume de produção até agora. Um dia ele está no Maranhão vistoriando obras. No dia seguinte, em reunião no Pará ouvindo caminhoneiros e lideres locais. O primeiro passo para a construção da ferrovia Norte-Sul entre São Paulo e Tocantins foi dado sob o comando do ministro, que também é militar com atuação no Haiti.
Em entrevista à Gaúcha recentemente, demonstrou profundo conhecido sobre as obras necessários para o Rio Grande do Sul. Descreveu o trecho sul de duplicação da BR-116, divida em lotes de empresas diferentes, como eu falo da rua da minha casa. Ainda há muito por ser feito: conclusão da segunda ponte do Guaíba, duplicação total da 1116, 290 e 386. Mas o ministro tem dado demonstrações de que não perde tempo.