Abre-se a cortina do passado. Imaginem um espetáculo que contasse a história da ditadura militar brasileira através de marchinhas de Carnaval. Cenário: arquitetura modernista, plumas e paetês, blindados. Com apoio da classe média, os generais do balacobaco chegam a Brasília assobiando Ô Abre Alas para o golpe de 64, mas a lua de mel com a sociedade civil dura pouco. Deslumbrada com o poder e as mordomias (Mamãe eu Quero), a galera do 1º de abril não quer dividir o banquete com ninguém. É o fim das eleições livres, da liberdade de expressão e do Estado de direito: Daqui não saio, daqui ninguém me tira. Passam-se 20 anos. Quando ninguém mais aguenta tanta censura e lambe-botas, a camélia cai do galho. Com o país afundado em dívidas (Me dá um dinheiro aí), a turma do cantil é mandada de volta para a caserna. A orquestra toca A Pipa do Vovô e todos saem de cena. The end.
Cultura
Opinião
Este mundo é um pandeiro
Imaginem um espetáculo que contasse a história da ditadura militar brasileira através de marchinhas de Carnaval
Cláudia Laitano
Enviar email