Cláudia Laitano
A decisão de uma escola do Tennessee de remover a história em quadrinhos Maus do currículo das turmas de oitava série teve dois efeitos imediatos aqui nos Estados Unidos: 1) aumentaram as vendas e o interesse pela obra-prima de Art Spiegelman (uma narrativa sobre os horrorres do Holocausto inspirada pela passagem dos pais do quadrinista por um campo de concentração) e 2) a iniciativa chamou a atenção para a onda de tentativas de exclusão de livros de currículos escolares e de bibliotecas que vem se espalhando pelo país em um ritmo até aqui inédito (a Associação Americana de Bibliotecas registrou um recorde de 330 ações contra livros no último semestre). A justificativa para excluir Maus da lista de livros recomendados pela escola inclui a alegação de que a história em quadrinhos inclui palavrões e “cenas de nudez” – o que não deixa de ser engraçado considerando-se que os personagens são retratados como ratos.