O racismo, mais uma vez, foi pauta em um jogo de futebol e a Arena do Grêmio voltou a ser objeto de notícia nacional por este assunto. Com respeito, precisamos ponderar além da manchete, que parece ser sempre o que é lido pela maioria das pessoas, que preferem não se aprofundar em assuntos densos.
O Flamengo, após a partida contra o Grêmio, emitiu uma nota acusando alguns torcedores do time gaúcho de injúrias raciais contra o atleta Carlinhos. Na mesma publicação, baseada em uma interpretação, muitas pessoas aderiram ao tema e acusaram, sem fundamento, toda a torcida, e uma comunidade, de um crime hediondo e abominável. Tenho consciência que existe racismo estrutural no país e que precisamos ser vigilantes e severos com qualquer ato ou ação desta natureza, mas se quisermos ser justos por aqui, precisamos ser mais responsáveis na hora de acusar.
O Grêmio não é racista e muitos dos seus torcedores fazem parte de um componente de ações plurais muito bem definidas, lutando duramente contra atos dessa natureza. Na noite deste domingo (22), por exemplo, o clube apresentou o seu novo mascote, Tarciso Flecha Negra, que representa uma das páginas mais bonitas da nossa história. Fruto de um trabalho comandado pelo diretor Juliano Ferrer, que conduz um projeto chamado "O Clube de Todos", o novo mascote é apenas mais uma representação de um clube que não admite o racismo na sua estrutura.
Está na hora de se rebelar contra isso. Acusar uma torcida inteira de racista, sem provas, é um crime terrível e quem faz isso precisa ser punido também. Se quisermos atacar o racismo, não podemos banalizar as acusações. Generalizar processos dessa forma agridem pessoas e estruturas, que precisam responder.