O futebol, antes dos fatos, é uma ciência de fácil análise. Nestes primeiros movimentos desta temporada, o mercado de transferências colocou o Internacional como franco favorito para o título do Gauchão. Mas este esporte não é uma equação banal e organizada. Para se chegar ao êxito com tamanha certeza é preciso mais do que bons nomes no aeroporto. Faltou, ao rival, um detalhe de difícil percepção.
O fator Renato Portaluppi tem um ponto que diferencia, e favorece ao Grêmio neste momento, sobretudo nas lutas locais. Faltou “DNA” no Inter e sobrou isso no Tricolor. A forte relação do histórico treinador do Grêmio com a torcida aproxima e engaja. Nestas horas, esse ambiente carrega o clube e diminui as dificuldades. O Inter, pelo mesmo motivo, parece ter perdido a identidade.
Historicamente, os nossos grandes clubes precisaram se reconhecer para vencer, e isso não se deu necessariamente com jogadores, dirigentes ou técnicos. O ambiente precisa perceber isso. O Grêmio criou, neste ano, um camarote com a presença de ex-jogadores, ídolos da história do clube. Essa ação criou uma intimidade no ambiente, e diminuiu a distância entre a paixão do torcedor e o profissionalismo do futebol. Essa relação traz uma diferença em favor do Tricolor.
O Grêmio, graças a Renato, se reconhece, e o Inter ainda não conseguiu fazer isso no seu projeto de futebol. E essa é a grande diferença entre os nossos grandes clubes neste momento.