Parece piada, mas não é. A sequência deste texto vai saudar uma atitude banal, mas que deveria ser obrigatória na condução do clubes de futebol do país. O novo presidente do Santos, Marcelo Teixeira, concedeu uma coletiva de imprensa, na tarde de segunda-feira (8), para informar os números oficiais dos negócios do clube paulista neste início de temporada. E dois deles envolvem o Grêmio.
As transações no futebol envolvem muito dinheiro, e, na maioria das vezes, são tratadas com sigilo. Um ambiente de altas comissões e de negócios, que, por vezes, não fazem sentido. Por isso, precisamos cada vez mais de atitudes como a adotada pelo presidente do Santos. Transparência é a palavra.
O eterno clube de Pelé fez uma série de liberações e vendas neste ano e duas delas têm relação com o Grêmio. O atacante Soteldo e o volante Dodi vieram para o Tricolor em negócios distintos. O venezuelano chega por empréstimo sem custo. Chegaram a dizer que o clube gaúcho pagou pela liberação, mas não nada foi gasto nesta transação, segundo o mandatário santista.
Já Dodi foi comprado pelo Grêmio. O Tricolor despendeu R$ 4,9 milhões para trazê-lo em definitivo para Porto Alegre. Por aqui, se disse que a liberação do jogador foi sem custo para o clube. É preciso dizer que a diretoria nunca se manifestou oficialmente sobre nenhuma dessas negociações, e essas divulgações da época foram todas feitas apenas pela imprensa.
A falta de comunicação oficial permite muitas especulações, e isso não faz bem a ninguém. Os clubes, mesmo privados, precisam ser vistos com o olhar da coisa pública e com todas as obrigações que são determinadas por isso.
Transparência. Essa foi a medida adotada pelo presidente do Santos e que deveria ser básica no futebol. Grêmio e Inter são comandados pela força de suas torcidas, e essa grande massa tem o direito de saber tudo que acontece dentro dos clubes. É básico, mas ainda não é real.