A confusão no final do jogo entre Inter e Caxias na semifinal do último Gauchão é um dos poucos casos em que não se deve ocorrer uma punição pessoal. Esse ocorrido só não é pior que uma tragédia.
Relembro dois casos aqui. Em 2022, um torcedor colorado arremessou um celular na cara do ex-volante gremista Lucas Silva, num Gre-Nal do Campeonato Gaúcho. Neste caso, tem que punir exclusivamente o rapaz que cometeu o ato. Não o clube.
Outro episódio, também em 2022, foi quando Villasanti foi atingido por uma pedrada, ainda no ônibus do Grêmio que estava em deslocamento para o Beira-Rio. Da mesma maneira, exclusivamente o torcedor merece a punição, mesmo que estivesse fora do estádio. Em ambos os casos, não faz sentido punir o Inter.
Agora, o episódio contra o Caxias é diferente. Não há nada mais grave do que um torcedor entrar em campo caminhando e agredir um jogador. E pior: o indivíduo estava com uma criança no colo. Pior do que isso, só uma tragédia.
Quando há um jogo de futebol profissional, o básico é proteger os jogadores em campo. Essa é a regra da bola.
Isso não pode passar como está passando. Não existe aliviar a pena colocando ingressos apenas para mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiências.
E não estou criticando o Inter. Pelo contrário.
Acho, inclusive, essa punição preconceituosa, pois faz parecer que as pessoas que podem ir ao jogo deste sábado (27) simplesmente não torcem. O ponto é: o clube merece uma punição por ter esse público específico ou recebe um presente por ter esse público específico?
Colaborou: Leonardo Bender