Existe um mito nas categorias de base do Grêmio. A dificuldade de se revelar um centroavante é algo que incomoda muito quem de alguma forma vive a formação do clube. Base do Tricolor e camisa 9 não parecem ter uma relação tão íntima.
O Grêmio sempre teve grandes centroavantes na sua história e que marcaram as suas conquistas. André Catimba, Baltazar, Jardel e Luiz Suárez são apenas alguns dos exemplos de camisas 9 que viraram ídolos por aqui sem terem sido formados no clube.
Luiz Carvalho, ídolo dos anos 1940, e Alcindo, nos anos 1960, são exemplos de ídolos que eram centroavantes e têm passagens pelos times da base do Grêmio, mesmo que o segundo tenha jogado pouco no nosso juvenil. Outros centroavantes da base conseguiram algum destaque, mas sem se firmar completamente, como Caio Junior e Gilson Cabeção. Ou seja, há muito tempo o Grêmio não revela um camisa 9 capaz de virar ídolo do torcedor.
Neste final de semana, o Grêmio jogou pela Copa FGF e mais uma vez um nome chamou a atenção. Jardiel, o centroavante, marcou o primeiro gol e fez o pensamento dos torcedores se voltarem ao tempo. Terá o Grêmio, finalmente, formado um homem-gol?
Aos 18 anos, Jardiel tem uma história peculiar no clube. Centroavante nato, o novo 9 da base teve altos e baixos e, inclusive, deixou o Grêmio na temporada passada. Neste ano, ao retornar do interior do Nordeste, Jardiel tem evoluído técnica e fisicamente e segue mostrando a mesma característica que o trouxe para o Sul. O faro de gol está intacto no atacante. A sua capacidade de conclusão empolga a todos que acompanham o trabalho.
Jardiel passa a ter uma observação diferenciada no ambiente do Grêmio e os mais entusiastas já começam a imaginar a quebra de um tabu, com o clube revelando, finalmente, um ídolo com a camisa 9.