O amor tem três regrinhas de ouro: confiar, admirar, incentivar.
Se você segui-las, a relação provavelmente não vai desandar. Porque ambos vão crescer tanto emocionalmente como profissionalmente.
Mas é curioso o quanto o homem acredita mais na admiração do que no amor. Ou seja, no resultado do amor que é admiração, em vez de aderir propriamente ao amor.
Ele não entende o amor. O amor é muito subjetivo, abstrato, espontâneo, desvinculado de objetivos, impossível de se mensurar.
Ao ouvir “eu te amo”, a mulher se pacifica. Não surgirá com mais nenhuma pergunta. A principal questão existencial para estar junto foi saciada. Ela se garante a partir daí. Não há neurose, ciúme, insegurança. A jura traz paz.
Já o homem, ao escutar “eu te amo”, não compreende o que significa: “é muito?”, “é pouco?”, “é suficiente?”. Não muda nada de seu semblante. Não se revela enfeitiçado, atingido, atraído. A frase desperta um otimismo manso como se fosse um cumprimento.
Verifica-se uma neutralidade na recepção masculina. A ausência de uma régua faz com que ele não valorize a entrega.
Assim, pelo descaso, explica-se o motivo de ser tão bocó a ponto de retribuir com “que bom” ou com simplesmente “eu também” — o “eu também” foi criado por um homem, ninguém me tira isso da cabeça.
Acaba se esquecendo da natural reciprocidade, da necessidade de ser intenso de modo igual para não gerar suspeita e incredulidade.
Mas agora invente de expressar para o homem:
— Eu tenho orgulho de você.
Baterá diferente. Ele se encherá de confiança. Ficará desesperado de alegria, de gratidão. As palavras vão ecoar com extrema potência dentro dele. Porque o que ele mais deseja é ser validado. Ele depende de alguém que lhe sirva de espelho para reconhecer que se encontra no caminho certo.
Beijará, abraçará, carregará no colo como recompensa. Tudo o que ele não cumpre com o “eu te amo”. Tudo o que se esperaria dele após o “eu te amo”.
O orgulho é o verdadeiro amor para o homem. Ele não é capaz de visualizar um sentimento em separado — o amor em si —, precisa sempre se enxergar naquilo que vem sendo dito. Obtém a sua coerência pelo conjunto de suas ações, pelo seu histórico, pela prática, pelas suas histórias, pela concretude.
É uma questão de domínio da realidade. No orgulho, ele sabe o que fez para merecer tal elogio. No amor, ele não sabe o que fez para merecer tal declaração.
Quando uma mulher confessa o “eu te amo”, está falando do seu amor. Em contrapartida, quando uma mulher confessa “tenho orgulho de você”, só está falando do homem.
O que ele quer é ocupar o centro da atenção. Mostrará correspondência quando incluído no discurso, num movimento de procurar ser visto como exemplo.
A comunicação afetiva do homem não tem conexão com a ideia tradicional de heroísmo ou de virilidade. É uma extensão da infância, um reflexo da filiação que ele leva para o casamento: todo o seu esforço para se adaptar às exigências e corresponder às expectativas.
Homem não se interessa em ser amado, mas em ser admirado.