Já estou iludido. Já estou sonhando.
Mas não é o Palmeiras, nem o Flamengo, muito menos o Atlético Mineiro que tem o melhor ataque do país, é o Inter. A vinda de Rafael Borré por 6,2 milhões de euros sacramenta essa verdade no início da temporada.
O presidente Alessandro Barcellos, tão criticado na vida, merece os créditos. Parece que não está para brincadeira na sua segunda gestão. Antecipou para o dia 5 a chegada do reforço, em uma longa negociação primeiramente com Eintracht Frankfurt, detentor dos direitos do jogador, e depois com Werder Bremen, equipe à qual havia sido emprestado, para a sua imediata liberação, reduzindo a multa rescisória de 1,5 milhão de euros para 200 mil euros.
Que o aeroporto Salgado Filho, no início da tarde de terça-feira (5), seja invadido pela charanga colorada para recepcionar o novo camisa dezenove do Clube do Povo, incremento importante para a Copa do Brasil e quartas de final do Gauchão.
É a segunda maior negociação da história do clube e, talvez, a mais acertada em custo-benefício. Borré não se integra ao plantel para se aposentar, com as facilidades de transferência por um fim de carreira. O colombiano se encontra no auge da trajetória, aos 28 anos. É titular da seleção do seu país, campeão da Libertadores e da Recopa pelo River, egresso da competitiva Bundesliga.
É aquela figura incômoda, ameaçadora e letal dentro da área. Costuma tabelar rapidamente para se infiltrar perto do gol. Destro, soberano do lado direito, busca a bola para sua entrada de surpresa, num movimento chamado de "facão", aproveitando uma cochilada da defesa ou em jogada combinada nas costas dos zagueiros.
O Inter dispõe agora de um esquadrão ofensivo dos sonhos, devendo atender ao esquema clássico 4-1-3-2 do treinador Eduardo Coudet.
Imagine a beleza do tabuleiro: o chileno Aránguiz passa a ser o primeiro do meio-campo, Alan Patrick recua da função de segundo atacante para a de meia central, ambos servirão dois atacantes altamente agressivos, o equatoriano Enner Valencia e Borré, além de Maurício e Wanderson fechando os corredores. Será um deus me acuda de velocidade, um espanto de marcação alta, um escândalo de finalização.
Trata-se de um ataque 100%, e eu provo. Casualidades não existem diante das superstições necessárias aos títulos.
Pode somar os números das camisetas de Aránguiz (20), de Alan Patrick (10), de Enner (13), de Borré (19), de Mauricio (27) e de Wanderson (11), e teremos a soma perfeita e inacreditável de cem. Só um louco e fanático como eu para fazer a conta.
Estou sonhando
Opinião
O melhor ataque do país
O Inter dispõe, agora, de um esquadrão ofensivo dos sonhos
Fabrício Carpinejar
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