Mesmo com data já marcada para o retorno à sede oficial, a Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa-RS) ainda terá bastante trabalho até a sua plena recuperação. O local precisará de R$ 64 milhões em reformas para recuperação da estrutura danificada pela enchente.
A reabertura dos tradicionais portões será na próxima segunda-feira, dia 17. Desde o dia 8 de maio, a estrutura estava operando provisoriamente no estacionamento do centro de distribuição da Farmácias São João, à margem da freeway.
Segundo a administração da central, o acesso aos recursos financeiros necessários para a recuperação da sede está sendo discutido com o governo do Estado.
Entre os danos, parte da rede de asfalto foi comprometida pela água e ainda não há previsão para o restabelecimento das subestações de energia elétrica. Também serão necessários reparos na rede de esgoto e na estrutura dos prédios. As instalações administrativas estão interditadas, e o galpão dos produtores terá de passar por avaliação. Por isso, a operação ainda terá restrições até que a infraestrutura esteja a pleno.
Na segunda-feira, o funcionamento será a partir das 12h30min. Na terça, a operação volta ao horário normal, com abertura ainda pela manhã para os permissionários e os chamados clientes de fronteira, que vêm de mais longe, e à tarde para os demais clientes, à partir de 12h30min.
Até que a casa esteja totalmente pronta, a operação que estava em vigor no estacionamento da São João será replicada nos pátios da Ceasa. Os trabalhadores foram avisados sobre as condições pelo sindicato dos permissionários. O presidente da Ceasa, Carlos Siegle, explicou que os produtores ficarão estacionados na área externa ao galpão. Somente os boxes dos atacadistas e o setor de flores e embalagens estarão liberados.
Jeferson Sauzen, sócio da Hortti, empresa que faz a logística de hortigranjeiros na Ceasa, diz que a volta para a Central traz bastante alívio, mas que a falta das estruturas mínimas como água e luz ainda preocupa. O empresário calcula prejuízo de R$ 1 milhão nas instalações da empresa que ficavam dentro do complexo. Tudo terá de ser reconstruído.
— Voltar é um alívio porque pelo menos teremos espaço físico para trabalhar. Temos que ter um estoque muito grande para todo o mix de produtos, e na estrutura provisória não tinha espaço adequado, o que estava interferindo até no horário das nossas entregas — diz Sauzen.
O espaço onde fica a empresa está em limpeza há uma semana. O cenário encontrado depois que a água baixou, conta Sauzen, foi desanimador. Três câmaras frias foram perdidas, além de outros equipamentos como computadores e muitos documentos.
— Perdemos tudo. Achamos que conseguiríamos salvar algo, mas tudo está impregnado. O cheiro é fora do comum. Alguns equipamentos de inox de salvaram, mas o resto ficou insalubre. Como trabalhamos com alimentos, não queremos riscos — diz o empresário.