Antes de entrar no tema pelo qual escrevo, gostaria de lembrar algo que sempre reforço em eventos e palestras em que participo: como pessoas e como sociedade, necessitamos refletir e observar que vivemos em um planeta que funciona como um sistema fechado. Tudo o que fazemos, isto é, nossas ações, impactam o próprio planeta. O mesmo acontece no mundo dos negócios e na forma como as companhias assumem metas e responsabilidades para mudar o impacto socioambiental que têm hoje.
Sempre trabalhei em grandes empresas do setor de bebidas e alimentação e, atualmente, trilho um caminho em uma marca que assumiu diversos compromissos pensando nas consequências socioambientais da sua principal matéria-prima: a carne. Muito se fala dos impactos da pecuária no ambiente, como desmatamento e gases do efeito estufa, qualidade da carne e o bem-estar animal.
O McDonald's é um dos maiores compradores de carne globalmente e temos trabalhado intensamente na responsabilidade de influenciar o setor para melhores práticas, uma vez tendo como premissa reduzir e limitar o impacto no planeta, falando da produção de alimentos. Também participo do Grupo de Trabalho para a Pecuária Sustentável (GTPS) que, em 2017, finalizou o Manual de Práticas e o Guia de Indicadores (GIPS).
Já quadruplicamos o volume de proteína advinda desse modelo de pecuária e esperamos aumentar em 30% o abastecimento até 2020, com verificação de todo o processo produtivo até a chegada da carne no restaurante.
No primeiro Summit (em português, cúpula) de Carne Sustentável da América Latina, promovido em julho pela Global Roundtable for Sustainable Beef (GRSB, em português, Mesa Redonda Global para Carne Sustentável), pelo GTPS, pelo GASL (Global Agenda for Sustainable Livestock, em português Agenda Global para Pecuária Sustentável), tivemos a troca de informações e conhecimento com vizinhos do Uruguai, da Argentina, do Paraguai e da Colômbia, entre outros.
A pecuária chamada sustentável já existe no Brasil, e estamos em um país evoluído no assunto. Me atrevo a dizer que o principal elemento que torna o tema ainda negativo para alguns ou polêmico para outros é a falta de informação, que pode ter sido defendida pela indústria por muito tempo, é verdade, mas que hoje não é mais a realidade.
Já quadruplicamos o volume de proteína advinda desse modelo de pecuária e esperamos aumentar em 30% o abastecimento até 2020, com verificação de todo o processo produtivo até a chegada da carne no restaurante. Este é o tipo de compromisso que esperamos ver de outras empresas e do setor como um todo. Só assim podemos mudar a cadeia e torná-la mais transparente para todos: os que comem carne ou não.
Leonardo Lima
Diretor de Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados